O explorador de rimas

 
Acha-me infindo
Quando a sós comigo
Estou vagando

Me acha no limbo
Aquele meu velho amigo
que por aqui estás passando.

E me encontra na luz
De pouca incandescência
Brilhando sem muita energia

Vem pra me tirar da cruz
aos meus pedidos de clemência
No ardor pela poesia!

E me trouxe amizade
Ao invés de poemas
À mim declamar

E o amigo na realidade
Explorador de dilemas
Não soube me salvar!

Pois se fechou infindo
A sós contigo
Ficou vagando

Perdido em teu limbo
Aquele meu velho amigo
Me deixou chorando. 

Perdeu-me na luz
De pouca incandescência
Brilhando sem muita energia

Se colocou na cruz
E sem perceber sua demência
Ele matou a nossa poesia.

Às vezes na ingenuidade, quando pensamos estar "salvando", "consolando", podemos estar apenas alimentando o nosso ego, achando que estamos fazendo do jeito que seria melhor para o nosso(a) amigo(a), sem antes perguntar a ele(a), sem antes ouvir de seu(a) clemência, sem antes se debater e chorar junto, sem antes gritar e cantar junto. Às vezes nos matamos ao matar o outro, em pequenas doses, mas doses essas que nos fazem faltas nos momentos oportunos.

Guarulhos - SP