Manto negro acoberta a vida nesta noite
cujas estrelas não brilha,
cuja lua não resplandece sua claridade.
Eu, mórbido observador,
nada vejo senão apenas o breu,
e em um canto, dedicado à solidão,
dedicado à vida inerte,
tendo em visão momentos alegres e felizes
que apenas na memória se fazem presentes,
onde, em minha vida,
não traz mais o sorriso que se fazia em minha face.
Resplandecendo alegria tão intensa que
hoje não me traz mais gozo,
hoje, não me faz, mas sim jaz,
mórbida vida, turvo significado,
escuro sentido desta vida que não mais tenha gozo,
não mais tenho prazer,
e resta apenas o esquecimento,
o vazio, a falta e ausência, o falecer
que somente traz a companhia ideal,
o descanso eternal, a amizade perfeita,
sem mágoa, rancor, ódio ou dor,
somente o nada, pois minha amiga me abraça
e envolve e sana esta solidão
e vivo ou morro,
mas feliz o coração.

Renato Barbosa
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