Mãe

Um ser um tanto calada, de olhar sereno
Em vestes que radiavam uma luz indescritível
Seria absurdo não amar quem me embalava
Quem de olhos pequeninos me admirava
Sorrindo de meu menor gesto espontâneo

Tanto tempo ate agora que nem sei como contar
Tantos carnavais e funerais.........
Já não sou mais tão frágil e ingênua
Nem necessito de tantos cuidados

Mas do milagre que te fez me guardar
Por tanto tempo em seu ventre
E das noites que perdeu o sono
Pensando em minhas angustias e problemas

De todo esse tempo de silencio
Restou um elo imaculado e intocável
Que às vezes precisa de som para existir
Um grito insano para me acordar do sono

Embora os sonhos sejam sempre mais doces
Necessito da realidade amarga para ser feliz
Pois não sou tão pueril para acreditar em perfeição
Quero ser esse ser errante que vive,
E as vezes ate chega a sonhar novamente