"AINDA CHORO". (Soneto).

Os lamentos da garça triste, que voava,
a solidão, que tem às vezes o colibri,
a traição, que de ti, eu nunca esperava
e os suspiros de paixão, que dei por ti.

O imenso amplidão, que no sonho eu voava
ao acordar, era triste a minha realidade,
as lindas canções que para você eu cantava
que hoje ainda canto, mas sinto saudade.

Meu amigo cavaquinho, assim, eu o chamava,
que hoje eu o troquei... Por uma guitarra...
Não faço mais lual, nem aquelas serenatas.

Mas, os acordes ainda fazem-me chorar...
Quando toco e as lembranças, vem me encontrar,
longe daquele céu, e daquela chuva de prata.

São Paulo, Novembro de 2006.