Quando eu morrer sei que nada adiantará
Tudo que eu escrevi
Pode um dia apagar
Os olhos da minha mãe
De água se encherão
Os sonhos que busquei
Por terra cairão
Quando eu morrer
Não quero que me tranque
Em nenhum caixão
Queime meu corpo
Pra deixar livre meu coração
As mãos que hoje escrevem
Já não o farão
Pois o poeta, poema no papel
A dor da multidão
Flores ponham ao monte
Para que encham de cheiro
A alma de quem se esconde...
Sorriam por fazer
Mas não esqueçam de dizer
Hoje morre uma poeta
Do amor.

para minha mãe no dia 03/10/2000