Declínio
...
O silencio...
Do meu coração que grita, mas não é ouvido.
Meu amor é uma respiração,
De segundos ofegantes e disparados,
Perdeu as bases da lucidez,
Num suspiro angustiante ele se atreveu a parar,
E quis desistir desta vida que não lhe faz bem,
Mas a vida costuma ser muito maldosa com ele,
E o deixou continuar batendo para vê-lo definhar,
Seco e triste...

Eu nunca tenho segundas chances,
Todos os olhares maldosos me perseguem,
De quem eu não vejo o rosto,
Mas sei que quer me ver caído!

A quem perguntar sobre o real sentido da vida?
Ao mar, imenso inexplorado,
Talvez ele se cale perante minhas questões caóticas,
Como todo mundo...

Esta vida de muitas coisas desnecessárias sempre levará ao nada,
Ao pó,
A lama,
A toda podridão que livre de pecados mórbidos.

“Esta tudo bem, tudo sempre fica melhor!”
Mentiras...
Mentiras sujas proferidas de bocas lindas...
Eu nunca posso ter segundas chances,
E por isso meu grito vazio que não quer calar é oprimido.

Calado?
Nunca...
Gestos e olhares valem muito mais do que palavras,
Meus olhos mostram minha vida,
Meu rosto explode de magoas,
E as lagrimas sempre querem sair,
Mas sempre irão brotar nestes olhos tristes,
A eternidade está muito longe?

Objetos,
Secos, duros, imóveis e mórbidos...
A tristeza do dia-a-dia pode ser comparada á eles...

E o que fazer quando não se quer ficar sozinho,
Mas seu coração quer parar e ficar longe de tudo e todos?

As perguntas não param de crescer,
E eu, caindo cada vez mais nas persuasões dos humanos...
Eu nunca estive bem,
Talvez eu nunca fique realmente bem,
E todas essas magoas nunca irão morrer,
Até o dia em que eu morrer elas irão me perturbar,
E então quando eu não puder mais falar,
E muito menos respirar este ar poluído,
Estarei pensando em quem amo,
Mas ainda assim, saberei que nunca irá me querer...

Ninguém irá chorar como eu choro,
Ninguém se lembrara de mim realmente,
Ninguém absterá tudo o que eu fiz de errado,
Ninguém irá reconhecer tudo que eu fiz,
Ninguém vai sentir a saudade que eu sinto da morte...

Toda mutação acaba sendo evolução,
Eu queria mandar toda essa dor embora,
Para isso eu precisava de um pouco de amor,
Mas eu nunca terei segundas chances,
Nesse declínio maldito que é minha vida,
Desisto de tudo,
E tentarei sucumbir cada vez mais,
Ate que eu ache aquilo que realmente me faça feliz o mínimo possível...

Carbon Kid
([email protected])
21/06/06

Cair nunca é o bastante, quebrar os dentes talvez....

Meu Mundo