O silêncio,
nunca ouvi mais quieto:
silente, sibilo,
simbólico
ao pé do ouvido,
sumiu-se como a nada
passa pelo vazio mais perto.

Mas sei que o nada não existe
ou, se existe, não é nada disso...
Pois fosse alguma
outra coisa,
o nada

(ao ouvirmos
os zumbidos da falácia)

calaria a voz
enquanto muda o seu sentido,
no hiato indizível
onde nascem as palavras.


Poema do livro "Azo Vácuo", 2022.
Igor Calazans
© Todos os direitos reservados