A vida é feita de estações e elas mudam.
Dentro do meu eu, todas elas.
Se inverno,
eclode primavera.
Ora inverno,ora verão.
Outono, por que não?

Bem assim...À revelia.

Um misto de singulares pessoinhas que vêm à tona.
Me espantam, tantas são.
Aparecem,
desaparecem,
deixam-me um rastro de exclamações.
Não me permitem estagnar na mesmice do cotidiano.

Vão tecendo com malha fina, mulheres que tento ser.
Transparências me representam.
Não sou afeita a camuflagens.
Se gosto, gosto.
Se não gosto, desgosto de sentir o não gostar.

Nesse caso de desagrado, sou eu quem mais fica ferida.
Necessidade surge de ver o outro luzir.
Abrir portas e janelas que o impedem de estrelar.
Colocar no chão, muralhas que acolhem sua solidão.
Destravar cadeados que o atam ao mal humor.
Precisão no peito, de resgatar essa alma endurecida.

Procuro ajuda da brisa, do vento leve.
Que levem, espalhem bocados de alegria, nesse àrido jardim.
Aos colibris, suplico que se juntem para cavar um buraquinho nesse coração embrutecido e lá semeiem versos.
Pra que possa regar com palavras muitas.
Que todas rimem com felicidade.

E Espero sem pressa...

Sei que num piscar de olhos, vão despertar brotos de paz de espírito, ainda que em meio a espinhos.
Desejadas muito por mim, coloridas, luzentes e aromáticas, canções de amor.
Paga pra ver?

Maria Isabel Sartorio Santos
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