Diante de meus olhos estendem-se os céus que o Senhor estabeleceu,
A grande tela esticada na qual a mão do Mestre-Pintor
Executa as mais perfeitas aquarelas e os óleos mais refinados,
A cada manhã, a cada entardecer.
Todos estes quadros, ó Deus, trazem a tua assinatura,
E é também assim que os homens te reconhecem,
Pois os convidas, a cada dia, para um novo “vernissage”
Na galeria da terra inteira,
Onde penduras as tuas obras no próprio firmamento!
Tu utilizas pincéis de nuvens, de atmosfera e de vento,
E corantes de sóis para compor estas obras-primas
Que se renovam perpetuamente, a cada novo dia.
Os pobres não precisam frequentar as galerias de arte,
Basta-lhes abrir a janela e contemplar a pintura restaurada
Da natureza celestial, estendida na amplidão
E emoldurada pela terra verde e castanha.
De repente, os pássaros irrompem no teu quadro,
A ele acrescentando o seu voo
Com círculos precisamente desprovidos de sentido;
Ao teu chamado passam a fazer parte da tela celestial.
Contemplamos, ó Deus eterno, tua mutável criação,
A renovada beleza da obra de tuas mãos;
Com nossos corações pulsando em júbilo sob o céu;
Louvamos a ti que de tal plenitude nos fizeste participantes!
Diante de nossos olhos maravilhados, de uma vez e para sempre
Realizaste a tua obra máxima.
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