Senhor, esta é a minha oração.

Não é feita com palavras audíveis,

Mas com lápis e papel.

Como todas as orações,

Esta também brota do coração.

 

Quero, pois, abrir-te o meu ser,

Expor-te meu íntimo segredo.

Tenho andado agitado por muitos dias,

Esquecido de que permaneço em tuas mãos

Para o bem ou para o mal.

Às vezes não consigo distinguir o que sou:

Um grão de poeira nesta tua criação.

 

Porém, os teus olhos me conhecem –

Ao insignificante;

Inclinas o rosto

D’além das extremidades do céu.

 

Teu olhar perpassa as galáxias,

A luz pura do teu olhar varre o universo

E me encontra, e me convence

Da inutilidade das minhas preocupações.

 

(17/10/1994)

José Cassais
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