Não se engane com esse meu olhar de menina.
Não tente me desvendar, nem ouse colocar sentimentos no meu peito.
Sou sim cheia de não me toques, se não gosto digo, se não quero, falo.
Pássaro livre, abro minhas asas para o azul do infinito em busca de um pouso seguro.
Nos versos que faço, meus desabafos, nas rimas, traço minha sina.
Árvore frondosa, já brotei flores, colhi frutos, no hoje espalho sementes de alegria. 
Sou refém da poesia que me alucina, zombam das minhas inseguranças, as estrofes.
Sou sim, meio indecisa, cheia de cisma, o que temo não disfarço, mas se quero, não mando, faço.
Vivo o aqui o agora, tenho pressa do meu querer, mesmo que esbarre nos sonhos impossíveis. 
Não me julgue veleiro frágil, não estou à deriva porque sei o que busco, o que almejo.
Me interessa do tudo um pouco, o que o outro quer, por vezes não me convence.
Egoísmo meu, sempre tento que seja do meu jeito.
Um dia zarpei afoito nesse mar bravio, de nome vida, lutei, perdi, venci.
Corsário...sou capitão do meu navio.
Por opção, continuo a navegar no turbilhão das incertezas, pronta para o que der e vier.
Quem sabe, se calmaria existir, porto seguro encontre, para atracar corpo e alma, meu rebelde coração.

Maria Isabel Sartorio Santos
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