Se Julietas fôssemos...

Ouviriamos todas as manhãs...
Desperta, vida minha!
Vem comigo, dá-me tuas mãos, não diga nada.
Deixe que a leve, quero mostrar-te na varanda o nascer do sol do novo dia, a alvorada.
Pelos caminhos, a relva macia, a brisa leve, flores silvestres orvalhadas.
Ouvir o riacho, seu  murmurar na mata verde o vôo baixo e o cantar da passarada.
Na cachoeira, nosso banhar, o arrepiar da pele em fogo, nas águas claras, apressadas.
Lá do pomar, o mel das uvas na sua boca, o frescor da manga, jaboticabas.
E do jardim flores colher,  no seu cabelo rosas vermelhas, perfumadas.
Lá na cozinha, café na mesa, bolo no forno, o queijo fresco o croc croc das torradas.
Nos braços meus, beijos roubados, nossos desejos, minhas carícias mais ousadas.
Serás, prometo, a mais feliz mulher no mundo, a mais querida a mais amada.

Maria Isabel Sartorio Santos
© Todos os direitos reservados