Meu Amor, que saiba tu,
Que se um dia que eu te perder,
Estarei perdido de mim.
Pois que em ti que me encontro,
Em teu ser ancoro o meu coração violento,
E ganho a paz que não tenho.
Se chegas duvidares de mim?
De que sejam estas palavras o meu sentir?
Observa a devoção de meu agir,
E saberá que amo com atos
E não apenas com palavras soltas.
Entendas que em minha franqueza
Não há lugar superficiais cortesias,
Em que pese tua delicadeza as mereça,
Mas sou intensidade em meu silêncio,
Sou solidão em mim que visita o teu ser
E nele encontro pouso para minhas dores.
Vivo a espreitar o sorriso de teus lábios,
A buscar um olhar fugitivo de seu sonhar infante,
Minha alma senil se embebeda
Em tua alma de criança,
Em tua eterna jovialidade.
Eis que eu exausto de eternidade
Bebo em ti a doçura da efemeridade.
Saibas tu, que este perdido no deserto,
Sempre terá em ti o oásis que sempre buscou.
E não tenha ilusões que somos tanto,
Pois que somos tão pouco,
Porém, este pouco é tudo que necessitamos.
Eis que nem sempre estarei contigo,
Eis que nem sempre estarás comigo,
Porém, sempre seremos partes um do outro.
E eu que tenho medo de perder-te
Tenho coragem para nada ser
E lutar por um propósito.
Nada quero, pois que querer me faz exaurir.
Mas é exausto que tenho paz,
É no definhar de cada suspiro,
Que descubro as migalhas de paz,
E humildemente as aceito,
Pois que são pedaços de ti.
Ama-me, por querer amar-me
E eu a amarei por assim querer.
02/09/2023
Gilberto Brandão Marcon
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