Me recuso a pensar em você
Nesta tarde de outono
enquanto a névoa resvala 
pelo boque que me sorri sombrio

Não quero acreditar que tua presença foi passageira,
Assim como as borboletas
que efemeras se vão

Espero teu sol no fim do dia sereno
Timido
como quem nunca quisera estar ali

E espero...

Espero um pouco mais
Mesmo que quase nada de ti

Mas me recuso a pensar em você
Em toda sagacidade que a mim dispôs
Nos tombos, tropeços
que houve entre nós dois
Nos teus olhos tão frios ao dizer que me quis

Enquanto a nevoa dissipa
Penso e me precipito
Não te quis demais,
te quis na medida
De tudo que tive pra te oferecer.

Alana Lima
© Todos os direitos reservados