Debruçada sobre o negrume da noite,
a lua,
dá uma piscadela para o casal enamorado
que ensaia o primeiro beijo.


Acena para cintilantes estrelinhas
que brincam de escorrega
num enorme arco-íris
esquecido pelo sol
no firmamento,
riscando o céu,
aspirando desejos.


Uma brisa leve,
insistente,
sopra num ouvido distraído,
sonhos.


Sonhos antigos.
Rimas adormecidas,
deixadas num amarelado dicionário
que jaz numa gaveta trancada.


Uma doce canção
brota naquela alma menina
que canta,
encanta.


Por mais que tente,
o cruel,
insano tempo,
não consegue roubar do poeta,
a poesia.

Maria Isabel Sartorio Santos
© Todos os direitos reservados