Estou bem vivo nas entrelinhas do que escrevo,
Todavia bastante moribundo diante da oralidade.
O eu-poético que deixo transparecer é personagem
Da minha ficção e dele retrato apenas o que conheço.
Há uma escassez de informação sobre seu estilo de vida,
O que me deixa um tanto desorientado e sem expressão.
Este eu-poético de que falo parece-me deveras introvertido
E sonega detalhes do seu pensamento e da consciência...
Na verdade, é um tremendo risco comentar algo sobre ele
Visto que se constrange em sua timidez e tentar modificar
O conteúdo de nossas confabulações... É meio patético!
Quiçá pudesse eu navegar em sua inconsciência, porém...
A sete chaves trava o seu íntimo e, às vezes, se desconhece.
É um misto de artista e plebeu, astro e estranho poético!
DE Ivan de Oliveira Melo
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