Mágoa

 

Os sonhos perderam-se com frigidez do tempo

O que era para ser apenas um começo

Morreu antes de nascer

 

Na calmaria veio forte vento

Emoções agitaram-se numa bandeira de trégua

Mas já era tarde

Sobrevive somente um último suspiro

 

O desgosto ressurge iminente face a face

Os olhos vermelhos não demonstram sentimentos

O passado por instantes dominou o presente

Todas as chances sepultaram-se em um silêncio vazio

 

Soluços controlados prevalecem à clareza das palavras

Pensamentos propagam-se em vãs formas fúteis

E em uma troca de olhares inúteis decidem

É hora de partir

 

Não há mais motivos para esperar o que se tornou fatal

O enfraquecido tudo que existia não tem mais valor

Seguem-se caminhos distintos com destino sem volta

Onde como bagagem restou somente a mágoa


Autor: Jorge Jacinto da Silva Junior