Caridade

 

Minha parte se divide em sinceros sorrisos

Compartilhar do pouco tempo que me resta e preciso

E mesmo consumido pelo cansaço do final de mais um dia

Encontrar a paz de um espírito renovado pela alegria

 

Pedaços isolados sem razão antes perdidos

Agora se juntam como um mosaico bíblico

Iluminando de amor minha alma purificada

Rejuvenescida... envaidecida e recompensada

 

Na acolhida ofertada estampada em um rosto querido

Mostram-se braços abertos para um carinho infinito

De agradecimento pelo gesto simples mas eterno

Real... honesto... previsivelmente singelo

 

Contudo este colher depende de um semear seguro

Para que o Bem se prolifere como suculento fruto

Lançando ao ar o perfume balsâmico da beleza praticada

Redescobrindo razões para viver como suave toque de mágica

 

Entretanto ainda planta-se tão pouco para tantos alimentar

Doa-se o medíocre para quem muito tem por esperar

Ainda existem muitas ervas daninhas do apego material

As quais relutam valendo-se da existente fraqueza espiritual

 

Por este motivo não se deve enxergar pobres nem ricos

Só deve-se pensar a respeito dos reais motivos

Para que nunca... em hipótese nenhuma parar

O prosseguir com fé destas sementes semear

 

A caridade para todos os momentos é um exercício

A qual é preciso praticar mesmo com sacrifício

Mesmo que seja doado um carinho, uma palavra amiga, um olhar
A Caridade não é um presente que damos... mas sim que nos deixamos presentear.