Deserto de solidão

Ouço os paços da solidão
Deixando profundas pegadas
Que no meu íntimo cria ciladas
Na fina areia do meu coração.

Traz confusões pra minha mente
Ilude toda a sanidade pendente
de uma alma ainda carente.

Traz lembranças equivocadas
De palavras nunca encontradas
De sentimentos que jamais senti.
De uma vida que ainda não vivi.

Traz medo ironico à mente.
Medo de uma solidão imune
Que com um passado impune
triste esconde-me o presente.

Medo infame sem compaixão
Atirando-me em deserto imundo
De ódio inconscinte do mundo.
Deserto lúgubre de solidão.

As lágrimas tocam a areia
E toda felicidade efêmera passeia,
Longe do meu peito ferido,
De um chorar intumescido.

Se tudo termina nesses dias
Apenas terei fugido
De um deserto enfurecido
Que de lágrimas afogou utopias.

Em meu quarto