a noite vai descendo mansinho
Com o silêncio, docemente, se adensando
As vozes falam num fugaz burburinho
Como que lamentando,
O Triste fado de se falar sozinho.

Oh Deus quem me dera
Poder ser feliz e não ser
Não sentir falta de doce quimera
Viver apenas sem se morrer
como enjaulada fera.

Ai Deus quem me dera, fosse a alma esta noite serena,
fosse a minha ânsia esta chuva amena
E não tal terrível quimera
uma tempestade que se forma sem avisar
Quem me dera, não sentir nem pensar.

celia bastos
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