Quem sou?
Que vida em desalinho,
Onde a alma vagueia sem estrada,
quem os meus sonhos d'ouro roubou?!

Tantas vozes que surdo burburinho,
Cheias de tudo, vazias de nada,
A mim vieram falar, do sonho que pela estrada se despedaçou.

Tudo é igual, todos rostos são os mesmos, todos com um ar tão perdido,
desejando a febre de um ouro que não se agarra,
E apenas mudam os nomes pois tudo é vendido,
Senao que das almas a vida é própria amarra.

Quem sou? Porque existo? E porque sigo fingindo?!
Nome, corpo, rosto, um espelho vazio
É a mim própria que ando mentindo
Como esperando uma primavera de um inverno demasiado tardio...

celia bastos
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