De repente, tudo parecia diferente.
O mundo parecia um lugar melhor, com mais brilho.
Os dias pareciam melhores, as pessoas idem.
Ainda que sem muitos sorrisos, a felicidade parecia reinar dentro de mim.
Era como se num passe de mágica, o mundo passasse a ser um lugar melhor
(ao menos o mundo de minha convivência).
Por mais que tudo realmente não tivesse passado por uma drástica mudança, sob meu prisma, ele havia ganhado novos contornos.
Foi como se eu tivesse trocado de cor o lápis utilisado para desenhar o meu viver.
O amor havia ressurgido;
O brilho havia aumentado de intensidade;
A esperança parecia finalmente ter saido um pouco do futuro para se aproximar ao meu presente.
Por mais racional que tentasse eu estar, eu sabia que coisas novas estavam acontecendo, e que novos sonhos poderiam, enfim,ser sonhados.
Só que da mesma maneira que alguns instantes tornaram minha vida algo melhor,
Alguns instantes passaram a torná-la a ser algo não tão agradável.
O amor estava se distanciando;
O brilho estava se apagando;
Sentia minha vida como os instantes finais de um arco-íris dando o ar da graça no ceu.
Era como estivesse vendo ele, aos poucos, desaparecer.
Parecia que meus esforços na construção de algo lindo; duraduro e resistente, fossem sorretairamente se tornando em escombros, em restos que ficariam apenas na minha memória.
O castelo das ilusões, erigido por mim, estava ruindo na minha frente, perante os meus olhos.
Toda a dedicação na edificação e na manutenção dele estavam se mostrando ser inútil.
Como um rei que gastou anos de sua vida na contrução de algo intentando deixar uma sólida referência para si e para outros, mas que anos após tanto esmero percebeu se tratar de algo irreal, algo que era realidade no máximo em seus pensamentos, assim passei a me sentir.
O nascer do sol estava ficando para trás, e o poente estava vindo.
Por que ergir um castelo, uma fortaleza na mente, achando que ela se tornará fiel ao imaginado neste mundo, quando na verdade este castelo se trata apenas de um reflexo dos sonhos e desejos que, com o tempo, serão frustrados?
Por que insisto em ser vítima dos ideais que rondam minha mente vez por outra?
Gostaria de entender, mas, por enquanto, só resta ver o castelo terminar sua degradação.
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