A gente ali no sótão
Bebendo vinho do porto
Aquela serpente no seu pescoço
Parecia querer me dizer alguma coisa
Mas o meu olhar mergulhou
Entre as suas coxas
Perdi fôlego,
Sair do foco,
Fui a nocaute.
A sua blusa cavada no peito
Daquele jeito que atiça
Abrigava ao mesmo tempo uma ternura
Um misto de inocência e malícia
Me vi refém da sua saia de crochê
Das suas pernas grossas
Desse jeito não há quem possa resistir
A essa criatura tão casta e tão profana,
Tão sacana por natureza
Numa colcha de retalhos colorida
Você se deitou completamente despida de tudo
Meio santa,
Um tanto atrevida
Foi se abrindo aos poucos como rosa
Nos tocamos com tanta sede
Daquele jeito que arrebenta a porta,
Embaça a vidraça
Quebramos uma taça,
Vencemos os medos.
Tatiane Correia Silva - Compositora/Poeta (SALVADOR-BA)
© Todos os direitos reservados
© Todos os direitos reservados