Abre Aspas

 


Viver livre entre aspas,

Num hiato deserto,

Sem pontes, sem crases,

Sem margens por certo...

 

 

Espaçar  tombos sem reticências,

Nos ditongos casuais,

Pelas linhas dos desencontros,

Ter seus encontros vogais...

 

 

Olhar sem exclamação!

Entre chaves e parênteses,

Nas consoantes constantes,

Dos pontos finais da gente...

 

Equilibre se no traversão,

No circunflexo sinal do não,

Sem virgulas precedentes aos pontos

Viva o seu faz de conta,

Sem ganchos de interrogação...

 

Vá sem pausas, sem parágrafos,

Nos hifens agudos dos dias,

Ame os asteristicos affair,

com hashtags de harmonia...

 

 

Exista em verbos infinitos,

Sem as aspas do conflito.

Sintáticamente sorria,

sem  à análise morfológica

Num conto feliz erudito...

 

 

Troque traços por abraços,

Sem sílabas pra separar,

Tornando aspas em asas,

E sem ponto final voar,


"Ô abre aspas que quero passar..."


 










 

Gil Miranda
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