SINCRONIAS E MENEIOS

Dizedores às beiras de balcões, rodas de amigos
Esperados encontros, futebol, política, intriga
bate-papos a revelia, inconseqüentes distrações
Julgamentos, soluções, projetos, brigas.

Ara o álcool, sulco flácido em qualquer juízo
Desperta a semente, antes há muito adormecida
Pela rotina febril da sobrevivência pênsil, vênia (rs)
Por breves momentos, entorpecidos ficam, vão
Anseios de liberdades, jorram-se furores cívicos, bandeiras
Manobras, táticas, explosões de voz, cidadanias.

Unem-se pelas ruas, cartazes alterosos, frases, faixas
Bandeiras tremulando, brados, coros, vozes, marchas
Entrincheiram-se em esquinas, coloridos vultos passam
Estridentes discursos se ouvem, incessantes, roucos, pávidos
Ao anoitecer, silêncio que se avoluma gradativo, novo gole!

Encerram-se as pálpebras do boteco visionário, conta (rs)
Vencem-se as horas do expediente impávido, troco
Tornam-se à suas casas seus incautos, bravos pinduras
Às suas tímidas ocultações, se tornam novamente, loucos
Voltam-se a si mesmos, recaem-se novamente, tristes
Fecham-se em si, ineficazes, frouxos!!

Escrevi, em inspiração entre amigos em bar, onde se discutia vários assuntos, e enfaticamente alguém esboça um belo discurso patriótico que termina com um "vira" heróico: bebe o que restou no copo, e sai apressadamente...!

Campo Grande-MS