AO ENCONTRO DE DEUS

 
 
 
 
 
 
 
 
Não raras vezes
dou comigo a contar estrelas, feito criança.
Como são tremeliques, irrequietas,
um brilho ali, outro acolá,
não se deixam contar
e então percebo a minha pequenez perante o cosmos,
mas insisto:
é minha hora de estar mais próximo de Deus
e longe dos homens.
 
Qdo me sinto pequenino
ponho-me em bico de pés,
estico o pescoço,
alongo os braços e toco a lua.
Não é uma estrela,
mas recebe do sol a luz que Deus lhe deu
e ao tocá-la,
encurto a distância para o fruto proibido.
 
De repente, encolho os braços
e regresso à minha pequenez de importância:
a distância volta ao inicial
e na minha insignificância
fico-me pelas coisas terrenas
e deixo passar o jumbo carregado de gente sorridente,
tão pequenina como eu
a caminho do sol de copacabana:
afinal
- penso eu –
não preciso de ballet para tocar a lua:
basta esta boleia para chegar ao paraíso.
 
O encontro com Deus ficará para mais tarde!
 
 
 

 
 

santos silva
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