Não era bem um quintal…
Era um mundo acolhendo sonhos,
ensinando a voar, sem planos,
planando universos de portos risonhos
a espera de quem neles viesse ancorar
segredos e mistérios, fantasias angelicais,
sopro de brisa leve, ainda que breve
se espalhando, florescendo, acrescendo.
Era um espaço sacrossanto.
Ali virava arte o dia a dia,
ouvia-se acordes de sinfonia
retirados do pranto ou da alegria
dando vida à bailarina
a saltar e girar em harmonia
corpo e alma em sintonia.
Palavras encaixavam-se em versos
onde a rima naturalmente
se posicionava no final da linha.
Era um palco. Tudo via e aplaudia…
Calava e ria. Assistia e ouvia.
Era ribalta e coxia, cenário e fantasia,
bastidores zelando confissões,.
cortina aberta para as emoções,
encenações a trepidar o chão.
Uma cidade imaginária
onde a lua não dormia
prateando o surreal…
Um quintal guardando histórias
perpetuadas na memória,
pequeno espaço imensurável,
portal de fantásticas transições…
(Carmen Lúcia)
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