SINCRONIA SENSORIAL

Minhas mãos veem o que meus olhos não enxergam,

o contato tátil do fato entre o desejo e o ato,

o entregar das batidas que movem meu infinito,

minha boca sabe o que não escuto,

o farfalhar do mato, o grito...

 

Meus ouvidos não sabem da língua nem um terço,

o que ela fala sobre desígnios e medo,

quando rompe o lacre do sabor

não sabem os ouvidos

o gosto da cor...

 

Assim sigo entre proporções,

composto de entrega e retenção,

não dou ouvidos à sensações

que não se rendem ao coração...

 

 

 

 

Prieto Moreno
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