Há uma quietude que se encerra em meu corpo e alma,

Como um túmulo, ou melhor, ataúde, a selar conceitos.

Silente em mim e, portanto, desconhecido em teores estreitos,

Como posso me conhecer se pouco falo de meu trauma?...

 

O que em mim está em paz se não há caos? O que m'acalma?

Ouço o som vibrante, impulsivo, estridente de tantos peitos

E me sinto um fantasma desmembrado em vários leitos

Incapaz de m'exprimir, inábil e mudo, preso em uma palma...

 

O que posso falar de suma significância?

Meu orgulho me emudece e libertar meu ego é sinal de mendicância.

Por isto isolo sentimentos no calar da mente, presa em si mesma.

 

Quantos sonhos e palavras enterramos no esquife do silêncio?

E o universo continua o seu ciclo e ninguém vence-o...

Este quieto absoluto que retarda o meu eu como se fosse uma lesma.