“Não há dúvida, o cão é fiel. E por isso devemos tomá-lo como exemplo. No fundo, é fiel ao homem, não ao cão.”
(Karl Kraus)
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Ladram os cães porém sorridentes
Basta um aceno e esconde-se os dentes
Não é tão ameno o perigo latente
Porém é volúvel tal e qual a sua mente.
Diz-se do cão que ladra, não morde
Tente a sorte, descubra-o então
O cão silente é perigo de morte
E o cão que ladra é o ladrão.
Então o perigo é latente
E o cão é nada mais que ladrão
O cão do ladrão é silente
Senão entrega o vilão.
E o cão que arma-se os dentes
Rosna amarrado ao ladrão
Periga aproximar-se imprudente
E acostar-se do fogo do cão.
E o diabo esse cão amarrado
Ora em pele de cordeiro, porém lobo vilão
Só ataca quem esteja ao seu lado
Mas é sorrateiro, não é bobo, não é não.
Enfim vem o cão solto e sem dono
Amigo dos homens, inimigo dos seus
Sempre à mercê de um provável abandono
Dos homens, dos cães, do diabo e de Deus.
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