Há de se ter atenção e cuidado
Com os invejosos de plantão,
Eles, no auge em que estão,
Não permitem por nada
Que sejam ultrapassados, e,
Ao sinal primeiro de ameaça,
Quando veem pelo retrovisor
Alguém com o alerta ligado
Em pedido único de passagem
Impede-se o mesmo de ultrapassar,
Atirando-se em cima, e, ou
Atravessando-se à sua frente
Sem que se dê chance de alternativa,
A não ser pisar nos freios e
Se ver no que vai dar,
Se se colide ou se segue atrás,
A inalar-se a poeira deixada
E se estacionando no acaso
Do acostamento do esquecimento ermo...
Assim feito, nem rádio, jornal e tv,
A mídia toda irá se lembrar de que
Se despontava na reta,
Somente lhe restava
A ultrapassagem, forçada ou não,
Por um invejoso à sua frente, mesmo que,
Mais lento que ele, e, por via de regra
Tendo-se que assumir o segundo posto
No pódium, e, por esse torpe ato
Ter que se ver esquecido
Ante às lentes de diante
As câmeras do reconhecimento...

No cotidiano de cada qual, se tem que ter muita cautela, em relação ao fato de que os invejosos não dormem e sempre estão de plantão, e não aceitam serem ultrapassados...

Em casa, no sossego da tarde de um dia chuvoso...

Josea de Paula
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