INSTRUTORA DE VAZIOS

O lenço para o choro

o prazer para o gozo

o salto para o fosso 

a máscara para o rosto:

 

a palavra, para que serve, de carne e osso?

 

A vida, testamento

o tempo, o vento

a voz, o sustento

a eternidade, o tempo:

 

a palavra, a que veio, se de tão gasta, já não serve de alento?

 

Aqui, o agora,

amanhã, depois,

o que virá, o sempre,

o que veio, se foi:

 

a palavra, instrutora de vazios, será que já morre de frio? 

 

Prieto Moreno
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