... e veio o forte vento do final de setembro
Levantando pó , carregando cinzas, soprando fumaça
Rolando as folhas do final de outono, palhas secas,
fotos e propagandas de políticos atirados a esmo
Vento frio sem gelado ser, firme e constante
Levou amigos e amigas queridas, tão próximas
Alguns talvez vejamos inda, já outros,
a visão do ser físico não mais alcançará
Penetrou novembro sem nenhum abalo
Continuou a sanha nefasta, assustadora
Afastou as nuvens que chuva prometiam
Secou rapidamente o orvalho das manhãs
Foi amainando com o passar dos dias
Até converter-se em brisa pueril
Mas o mal feito, feito estava, imperdoável
rastro indisfarçado de intenções piores
Levou amigos e amigas, indelével saudade
De cada gesto, cada olhar, cada afago ,
só lembranças
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