Meia noite a caterva estourou filtrado doce
Champanhe genuina só na França, é sidra ou maçã
E se beijaram, abraçaram-se, no fundo era só pose
Festejavam um ano começando como outra manhã
Um truque do tempo, puro embuste, só magia,
Comemorado antes já o fora, em plena Alexandria
Desejaram-se uns aos outros tudo de muito bom
Feriram meus, seus tímpanos, com o mais alto som
Queimaram uma dinheirama em fogos de artificio
Ecstasy, cannabis e outras, satisfizeram vícios
Álcool então , sem comentários, de forma usual
Pereceu infelizmente a alegria vivaz e natural
Procuram, alucinados alguns, farmácias de plantão
Outros, os pais da encrenca, entram no camburão
Uma menor que chegara virgem e de curto vestido
Encontra-se agora em lugar incerto e não sabido
O pai procura filho que surrupiou grana
Sustento da família por toda uma semana
O sol demora a se mostrar, esteve escondido,
por nuvens opacas , embora já nascido
A criança bule com uma cachorrinha, divertida
Um velho lastima-se, que droga de vida
Fala-se de Deus, tenta-se entende-lo, os contras e os prós
E só desconhecemos, simplesmente, que pensa Ele de nós
E é por isso que cantou Benito de Paula
“Tudo está no seu lugar, graças a Deus, graças a Deus...”
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