Destino, eu quero perguntar
Saber me aprouve se responder quizer
Que espécie de roteiro destinou
Para que eu o desempenhe
No estranho palco desta vida
Inundou sua escrita do imponderável “sê”
Poucas certezas, duvidas demais
Espalhou pelo texto inúmeros por quês
Recalcado, logo eu, um ator de terceira
Me vi enfrentando o ambíguo talvez
Uma coisa me espanta , choca, assombra
Um universo todo de vidas conduziu
Por incrível que pareça, no entanto
Detalhadamente jamais se repetiu
Peculiaridades a cada existência
A todo ser vivo impingiu
Porem, bailando em minha mente
Uma ideia maluca que seduz:
O script intrigante destinado
A um Buda, um Hitler, um Jesus
A tantos outros caminhantes do tempo
Na ambiguidade das trevas e da luz
Que resta do roteiro, nem quero sabe-lo
Pois se o soubesse, agora
Talvez desistisse de vivê-lo
Se conhecendo-o ponto final pusesse,
neste roteiro, supremo desatino
Na certa alguém dirá, pura fatalidade
São coisas do destino
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