
SUBVERSÃO
Havia uma mansa
reação na urgência.
Havia desérticos vazios,
nos presságios.
Havia qualquer
coisa no olhar,
que urdia desastres.
Havia em cada salto,
uma sumida leveza.
Havia no profundo sono,
inquietudes recorrentes.
Havia outonos na primavera
e chuvosos invernos no verão.
Havia certo conformismo mudo,
mesmo no grito do susto.
Havia naquele desejo,
os senões de uma
já morna paixão.
Havia por entre cinzas
a tão inconcebível busca,
de póstumos carinhos.
Havia: o ridículo, o atroz,
a subversão dos sentidos.
Havia em tudo que se é,
um completo já ter sido . . .
versejando ( ao estilo de Pessoa )
© Todos os direitos reservados
© Todos os direitos reservados