É noite de domingo na Rua Sete de Setembro, e essa sujeira sempre à vista, logo ela, tão vital para o caos. Mendigos, famílias, dormindo na calçada, tão sujos quanto a rua. Fios, fios e mais fios, atrapalham a visão – é o não da visão. Não se avista nada acima dos prédios – fumaça, teto emaranhado de “gatos”. No asfalto, desvio de fagulhas do consumo, baratas, mijo, esgoto, ratos. Gente como bicho, bichos-homens, comem lixo, fumam pedra, morrem na sarjeta. Cheirando o óleo sujo dos espetinhos suspeitos, salsichões fedorentos. Em fila, os policiais num posto de polícia olham tudo bem de cima: A farda flutua e a realidade baixa. Baixa tanto, que muitos tentam a esconder com o dedo no gatilho e o sangue pelo bueiro a escorrer. Escorre tanto que transborda, passa para a Riachuelo, o ônibus passa por cima e imprime a morte. E eu no individual pego o coletivo e finjo esquecer. Tchau – tchau, adiós! Sete de Setembro, eu não quero mais te ver.