A esperança pegou um trem sem volta

 A esperança se perdeu no caminho de volta para casa. Pegou o trem errado – perdeu-se no espaço sem tempo para a razão. O sonho morreu nas bocas desdentadas de um povo doente – vivendo de falsas alegorias coletivas. Carnavais infindáveis de desgraças e fugas da realidade. A ponta do iceberg pesa os ombros da sociedade. Seu fedor mostra a carniça devorada por abutres do poder – hedonismos praticados por estupradores e usurpadores da vida e da liberdade. Algozes em pele de Deuses – desalmados não detentores de amor, só o lixo subcutâneo/ódio e rancor. A cegueira realmente contagia – Saramago profetizou ou já sabia. Essa é a vida, irreal, deturpada, oprimida, não vivida, apatia.

Rodrigo Barradas
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