O que eu lhe havia proposto,
Não era apenas um momento,
Menos ainda alguns poucos anos
De amor e felicidade absoluta.
Era a eternidade.
Eu me fiz diante dos teus encantos
Senão por esta única razão.
E todas as minhas súplicas,
O teu desprezo ainda não pôde calar.
E se algum dia poderá,
Não cabe a mim predizê-lo.
Eu não poderia morrer sem ter lhe feito saber.
O silêncio, pode com associável clareza,
Vestir as vestes da ingratidão.
Mas não posso admiti-lo dentro do vosso magnífico corpo.
A dor nos eleva, e consigo nos carrega por longos,
Longos períodos através do tempo e do cosmos.
Não poderás fazer idéia,
Do faz-de-conta em que minha vida transformou-se.
O que eu lhe havia conferido,
Não era matéria a ponto de ser tocada,
Lançado ao imundo.
Nada lhe convenceu de que o meu amor eras belo.
Faltou lhe consideração perante tantos clamores.
E o que mais corrói, é saber lhe da faculdade do amor e da bondade.
E, contudo, não fora boa para mim.
Deixa-me morrer.
09/03/06
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