E no ato de misericórdia, levantei minha espada
Deixando meu inimigo caído ao chão empoeirado
Com suas roupas sujas e o rosto cheio de sangue
Não tive coragem de mata-ló, ele já estava sem
Forças e machucado
Mesmo ali no calor da luta, seria um covarde
Se o machucasse mais, ele já ia morrer por si só
Por causa dos seus ferimentos
Voltei minha espada ao meu cinto, e peguei o cantil
De água que estava na cela do meu cavalo
Me agachei em frente aquele valente guerreiro
Levantei seu pescoço e dei um pouco de água
Para beber, tossindo muito ele tinha dificuldade
Para respirar ofegando muito
Bebeu a água como um prazer que o trazia a paz
Olhou em meus olhos, agradeceu pelo que fiz
Respirou profundamente, fechou os olhos
Morrendo em meus braços
Coloquei - o deitado, ali no chão
Me levantei, fui até meu cavalo
Peguei minha manta e cobri seu corpo
E por mais que aquilo tudo era um duelo
Não me sentir bem com a morte do meu inimigo
Ainda mais sabendo que eu tive culpa em sua partida
Me ajoelhei, e fiz uma oração por ele
Quem sabe assim, minimizasse o mal que
O tinha causado na sua vida
Terminei a minha prece, me levantei
Subi em meu cavalo, olhei por alguns segundos
Para aquele corpo estendido no chão
Puxei a corda do cavalo e segui o meu caminho
Torcendo para não deparar com mais nenhum
Inimigo em minha trajetória
As horas foi se passando rapidamente
A noite se aproximava, então procurei
Um lugar pra descansar perto de um
Pequeno riacho que avistei na beira da estrada
Desci do cavalo e o amarei em uma arvore
Fiz uma fogueira perto da onde escolhi para dormir
Para me aquecer a noite e espantar os animais
Fui até o riacho tomei um banho
Tirando o sangue de minhas mãos
Voltando para meu pequeno acampamento
Peguei umas frutas que tinha nas arvores por perto
Depois que me sacie deitei perto do fogo
Fiquei ali por horas olhando
O céu estrelado, reparando as estrelas
Umas dos lados das outras, sem ofuscar o brilho
De cada uma que brilhava em conjunto
Então lembrei da minha batalha de mais cedo
Com um velho inimigo e desejei que não tivesse
Acontecido, por que não poderíamos ser amigos
Em vez de resolver as nossas diferencias
Na base da espada, não resolvêssemos na base
Da conversa e do bom entendimento
Aquilo tinha me marcado profundamente
A lei do velho oeste, já não me fazia bem
Que o mais forte sobrevivesse para os fracos morrer
Que se a força e a espada reinasse
Na terra da desilusão, eu já não merecia mais viver
Assim matando provando que era o melhor
E que muitos que apenas lutou por sua honra
E não por que queria realmente me fazer o mal
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