Esta cruz que me libertou agora me escraviza...
Chamou-me a salvação também me condena...
Este vinho que adocicou minha boca agora amarga...
E o relógio que estava parado agora começa a bater. 

A faca que estava cega neste momento corta...
As bocas que permaneciam caladas agora falam...
Olhos que não me enxergavam hoje me vêem...
Dívidas esquecida neste momento são lembradas.

Cartas que nunca não foram lidas... Que eram tão importantes...
São apresentadas em maços volumosos denunciar-me...
E as correntes que me prendem marcam minhas mãos...
Aprisionando meu coração...

O tempo deve ser feito de pó, porque vejo que o vento o leva...
O escuro é um manto feito para esconder os amores secretos...
E a vida um palco, onde se mantém um coração preso...
Iludido ao amor e vivendo na ilusão.


Comendador Carlos Donizeti de Oliveira
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