Perdão, meu anjo, se sofrer te fiz
e a tua fala tornei infeliz
quando fingi por ti não ter amor.
Foi como achar que a liberdade existe,
mas em meus sonhos teu sorriso assiste...
Jamais eu quis te conduzir a dor!
Oh! Só lembrava dos cruéis pesares,
dos vis ciúmes desfilando em pares
em minha mente que só cisma em ti.
A mim soava com vigor atroz,
tanta agonia que se fez veloz
a incorporar-me quando enfim te vi.
Porque achava que não tinhas por mim,
como há de arder no olhar de um querubim
este carinho que o existir remoça;
E, sobretudo ao te ver sorrindo
c`os meus rivais, num pesadelo infindo
sentir-me oculto em uma horrenda fossa.
Eu que pensava em ti poder colher
da f`licidade razão p´ra viver,
num frio repente vi tudo deserto!
Também supunha ao pressentir amores,
que em minha volta só teria flores,
que teus fulgores já me estavam perto!
Porém, ainda eu era um peregrino
que corre o mundo em um fado divino
em procurar o que lhe foge as mãos;
Eu era quem sofria tristemente
longe de ti, minha fada inocente,
crucificada em pensamentos vãos.
Este ciúme é um tredo veneno
que fez-me hostil ao teu olhar ameno
fez-me invisível tão de mim distante.
E, vi-te triste de afastar em prantos
p`lo desprezo que te envolveu qual manto
sem entender o meu furor gritante.
Fui muito tolo em supor tal loucura,
que assim distante de tua ternura
viver pudesse meu frio coração!
Eu não queria levar-te tristeza,
porque tu és minha maior riqueza...
Meu anjo louro, te peço perdão!
ALEXANDRE CAMPANHOLA - 22/08/2007
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