Nos conhecemos “meio assim”, sem jeito.
Não foi aquele sentimento dos contos,
Nem tão pouco sem nenhum defeito.
Tínhamos lá as nossas dúvidas e medos.
Aos poucos, fomos nos achegando.
Nos tocando em cada universo de embasadas teorias.
E entre tantos submundos,
Percebi que era você quem eu queria.
Ou podia ser você quem me escolhia.
Aos trancos e barrancos, nós rolamos ladeira abaixo.
Um abismo de medo e caos descabido, insensato,
Mas nem um pouco infundado.
Aos olhos do destino, nos amávamos e nos amaldiçoávamos.
E hoje, a cada acontecimento que me faz sorrir,
Ou a cada tese que me faz chorar,
Eu posso te sentir tragado em mim
Impregnado na minha alma, me ensinando a aflorar.
Com essa percepção vulcânica florescendo,
Vejo que só agora a “ficha caiu”.
Contigo ao meu lado dia e noite, noite e dia.
Diferente do tempo que minha falta você sentia.
Como fazem os loucos apaixonados,
Me permito dizer que estou vidrada em você.
Eu te pertenço e me doou de vontade livre e manifestada
Eu me alimento em você, me despedaço e me recomponho em você.
Aprecio-te em cada detalhe
Tua solenidade, tua postura, teu português,
Tuas abrangências, Tua justiça e teu juridiquês.
Tua capacidade de me deixar perdida nos mais complexos devaneios.
Nossa história é como uma manta sendo tecida,
Ainda haverá tormentos e contentamentos
E que os anjos nos livrem de abandoná-la ao léu.
Mas se depender de mim, nós juntos ganharemos o céu.
Pode ser cedo demais, ou o nunca será muito tarde.
Pelo sim e pelo não, digo: o que hoje me preenche,
É também aquilo que norteia meus sentidos.
Aqui jaz mais um dos seus muitos loucos apaixonados.
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