Propagas teu mundo exterior, d’ aurora ao sol se pôr,
do choque de brilhos, prepondera a luz que te escora
e se revigora, do crepúsculo ao arrebol,
quando arrebatas o clarão nascente da manhã.
És o que mostras, o exterior que se acende,
supérflua beleza que à noite realça e logo enfraquece,
envaidece e se acaba, pois toda luz se apaga
se não se abastece da fonte natural que move a vida,
sem a essência decorrente do que sempre permanece .
Difundes teu ego entre luzes de todas as cores,
lanças teus pisca-piscas em busca de vis amores
num lusco-fusco de imaginárias utopias
onde o fascínio pelo anúncio luminoso cega e ludibria.
Anuncias o belo, o brilho, a ostentação,
esqueces o interior mergulhado na escuridão
mantendo o coração envolto em nevoeiro
num blecaute que percorre o espírito por inteiro.
_Carmen Lúcia_
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