Paixões e solidões

Paixões e solidões

 
 
Se o nó na garganta engasga
e o soluço preso entala,
quem sabe a alegria virá
com cada manhã que sempre vem
soprando o mal e aliviar
trazendo alguma surpresa
que lhe faça bem
ou faça chorar.
 
Se o que lhe pesa a alma, cansa,
siga a luz do sol que abrasa
a dor que carrega, e lhe abraça
enquanto você para e descansa
sob a luz que a alcança
e faz você dançar
a dança que traz na lembrança
e que um dia poderá esquecer
ou dentro de você morrer.
 
Mas enquanto pode, dança.
Explora o que guarda na lembrança,
libera o grito da garganta.
Ninguém a ouvirá.
Desentala o soluço que sufoca,
ninguém  se importará
com o que você faça ou fará.
Nem mesmo o tempo irá parar
para entender as paixões
ou se comover com solidões.
 
_ Carmen Lúcia_