A mulher de mármore que tanto veneras,
de contornos delicados, branca nudez
foi um áureo cinzel que a lavrou certa vez,
após se exaurir em infindas primaveras.
Esta que despoja olhares em seu museu,
não poderiam talhar tão bela as torrentes
em seus dias solitários e permanentes,
quando era somente rocha e alguém a escolheu.
Sem pressa para conceber a perfeição,
o escultor com seu suor o tempo banhou,
à estátua dando detalhes, forma e expressão.
Hoje, ele dorme sob as pedras que abraçou
e sua musa mesmo sem ter coração,
milhões de prantos por ele já derramou.
ALEXANDRE CAMPANHOLA - 10/02/2012
Alexandre Campanhola
© Todos os direitos reservados
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