Ilusões leva-as o tempo


A saudade dos teus beijos
Ainda na minha alma vai perdurando
De grande amor, de vãos desejos,
Se foram do meu pensamento se evaporando.
 
Mas não do coração
Que de saudade vive
Ainda da breve ilusão
Que de ti, meu amor, tão docemente tive.
 
Pobre alma do poeta
Jamais a compreenderá alguém
É alma de profeta
Que em vão pelo mundo vem.
 
Alma que vagueia à deriva,
Querendo tudo não tendo nada
Mais do que a própria vida,
O Infinito, triste fado, penosa estrada.
 
Só aqueles que guardam no peito
Dores e mágoas secretas
E as choram no seu leito
Podem sentir os poetas.
 

celia bastos
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