A LUA QUE OLHAMOS (DEDICADO À AMIGA REGIANI CAMPOS)

 

Minha bela, esta noite a nossa lua

que caminha na escura solidão,

vai lembrar-me, ao me por a vigiá-la,

de ti, que hoje guardo no coração.

 

Esta noite, mesmo ao relento, eu verei

nos raios do luar a sombra tua;

de saudade a tua voz eu ouvirei

no silêncio sombrio da nossa lua.

 

Igual a ela, percorrido eu tenho

da existência os caminhos tão tristonhos.

Sem teu olhar, teu sorriso, teu primor...

sem te sentir, senão nos doces sonhos.

 

Meu peito é frio, de minh`alma o palor

ao desta muda lua é semelhante.

Sem poder admirar tua grandeza,

sou infeliz... de todos sou distante.

 

Por viver longe de tua beleza,

a alegria procuro a lento passo...

Sou como a lua, quando em certas noites,

de si própria também perde um pedaço.

 

A nossa lua, minha bela, esta noite

estará linda, cheia e luminosa,

qual fora minh`alma naqueles dias

perante a tua imagem carinhosa.

 

Em seus desertos, em seus frios abismos,

em toda parte, seja a mais secreta,

eu buscarei tua rara lembrança

para inspirar meus versos de poeta.

 

Eu sei que lá do alto esta dama altiva

ao ver-me pensativo e triste pelas

infindas horas que sem ti eu vivo,

irá chorar mais um milhão de estrelas.

 

Mas, se por acaso, minha querida,

teu olhar, nesta noite hibernal,

o negro céu for buscar, nossa lua

encontrará tão divina e imortal.

 

E juntos - o poeta e a sempre amiga -

vão estar do luar na branca fronte.

Nossa amiga do céu vai nos unir,

qual se fosse da amizade uma ponte.

 

Poema escrito em 02/07/2011

 

Alexandre Campanhola
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