Minha bela, esta noite a nossa lua
que caminha na escura solidão,
vai lembrar-me, ao me por a vigiá-la,
de ti, que hoje guardo no coração.
Esta noite, mesmo ao relento, eu verei
nos raios do luar a sombra tua;
de saudade a tua voz eu ouvirei
no silêncio sombrio da nossa lua.
Igual a ela, percorrido eu tenho
da existência os caminhos tão tristonhos.
Sem teu olhar, teu sorriso, teu primor...
sem te sentir, senão nos doces sonhos.
Meu peito é frio, de minh`alma o palor
ao desta muda lua é semelhante.
Sem poder admirar tua grandeza,
sou infeliz... de todos sou distante.
Por viver longe de tua beleza,
a alegria procuro a lento passo...
Sou como a lua, quando em certas noites,
de si própria também perde um pedaço.
A nossa lua, minha bela, esta noite
estará linda, cheia e luminosa,
qual fora minh`alma naqueles dias
perante a tua imagem carinhosa.
Em seus desertos, em seus frios abismos,
em toda parte, seja a mais secreta,
eu buscarei tua rara lembrança
para inspirar meus versos de poeta.
Eu sei que lá do alto esta dama altiva
ao ver-me pensativo e triste pelas
infindas horas que sem ti eu vivo,
irá chorar mais um milhão de estrelas.
Mas, se por acaso, minha querida,
teu olhar, nesta noite hibernal,
o negro céu for buscar, nossa lua
encontrará tão divina e imortal.
E juntos - o poeta e a sempre amiga -
vão estar do luar na branca fronte.
Nossa amiga do céu vai nos unir,
qual se fosse da amizade uma ponte.
Poema escrito em 02/07/2011
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