Das Estrelas aos Mares

Teu amor vivo no peito...
Pleito dividindo os sonhares da alma,
Se te evoco a mente... Quase consigo tocar-te.
No cavo ardente do seio, pulso a te idolatrar...
 
Sabes a dor que me causa
O teu requebrar saliente...
Quando passas fulgente
Às margens do meu olhar...
Trescalando o mais puro desejo
Deixando um rastro de saudades no ar...
 
Por que tanto te venero? Por quê?
Se me esnobas perante o sol,
Relega-me ao negror perante o luar,
Finges ser pertencente às estrelas,
Para assim minhas mãos não te alcançar...
E só restar-me com os tristes olhos,
Teu esplendor venerar...
 
Lamento às minhas vãs confidentes,
Que são as vagas partidas desse bravio mar...
-Se pudesse um dia extirpar o acúleo do peito,
A teus mares bravios... Só a ti o amor iria entregar...
Pois tu sim! Poderosa revolta, infinita,
A mim iria valorizar...
Dando-me teus alvos areais por alfombra,
Lavando-me a face no pranto a debutar...
 
Mas infeliz à malvada sigo atado,
É tão grande a tristeza, já não posso sonhar...
Tenho medo de um dia...
A malvada fugir do meu peito,
Levando os bravios mares, as vagas...
O dom de respirar...

Adriano J Santos
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