Versar tristeza parece enfadonho
Há viços libertos na noite tão bela
Eu em negruras sem remido sonho
Pinto os langores na infinda tela...
 
Tela que espera cores em alegria
Sem nefasto traço de mão abjeta
Cerra os ares em profunda agonia
Se lhe toca a tinta negra do poeta
 
Poeta que mira as dores do cimo
Com líricas rosas adorna pós-cena
Hirtos espinhos lhe rasgam o imo
Pego profundo que dorme a pena
 
Pena que desperta na inspiração
Ganha vida a obra, proeza sucinta
A alma traveste o matiz amplidão
O mundo a tela, meu sangue a tinta.


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Adriano J Santos
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